MTV aos 30: por favor, não insista em pedir que eles passem clipes

no dia 1º de agosto de 1981, há exatamente 30 anos, nasceu nos EUA a MTV: Music Television (que em 2010 passou a se chamar apenas MTV  e a sigla passou a ter tanto significado quanto “ESPN”, “GNT” e “VH1”, ou seja, nenhum), com estas imagens:

 

mas a MTV não vai fazer festa para os seus 30 anos. o motivo? ela ser mais velha do que o seu atual público. e também o quão diferente a MTV de 2011 é da MTV de 1981.

enquanto a MTV de 1981 basicamente passava videoclipes, a MTV de 2011 passa basicamente reality shows – como Jersey Shore, Grávida aos 16, Teen Mom, Teen Mom 2, (cada uma delas com as participantes das 2 primeiras temporadas de Grávida aos 16) e Na Real (que, aliás, faz tempo que não passa aqui no Brasil) – apesar de também encarar o ramo de séries de ficção – como a versão americana de Skins (cancelada na 1ª temporada), My Life as Liz (sim, é uma série com roteiro, mas com cara de reality show – todo o elenco interpreta a si próprio) e Teen Wolf (baseada no filme “O Garoto do Futuro”, já renovada para uma 2ª temporada, e que vai ser exibida aqui no Brasil no Sony Spin).

claro, ainda tem videoclipes na MTV americana, mas eles ficam basicamente nas manhãs da MTV e MTV2, num bloco chamado AMTV (AMTV2 na MTV2). e o “120 Minutes”, o programa indie-experimental da MTV, acaba de voltar às TVs americanas, através da MTV2. e sabe quem mais vai voltar? Beavis & Butt-Head! sim, eles vão voltar com inéditos ainda este ano. mas será que esses episódios novos vão ser tão bons quanto os antigos? veremos.

“e a MTV Brasil?”, você me pergunta. aí é um bicho bem diferente de matriz. eles ainda têm uma pegada mais alternativa até que a da MTV2 americana, insiste em passar clipes no horário nobre (inclusive o “Não tem clipe, mas é legal”, que passa músicas sem videoclipes, o que é um conceito interessante, mas não pro horário nobre), insiste também no modelo do Portal MTV (aliás, todo mundo aqui no Brasil insiste no modelo de portal) e o que mais se aproxima da MTV de hoje ao redor do mundo é o Acesso (se você não contar os eventuais clipes) e o Colírios Capricho.
tá certo que a MTV Brasil foi a segunda MTV do mundo a abandonar o título de “Music Television” (a primeira foi a do Canadá, que nem pode ser “Music Television” por causa das políticas de proteção de formato nos canais a cabo de lá), mas ela não acompanhou as mudanças na grade da matriz, ao contrário das outras MTVs ao redor do mundo (todas as MTVs do mundo são controladas pela Viacom, com exceção de duas franquias: Canadá – controlada pela Bell Media, dona da rede de TV CTV e do MuchMusic, antes o equivalente canadense à MTV, hoje um cruzamento entre a MTV EUA e o Boomerang América Latina – e Brasil – parte da Abril Mídia).
talvez seja o fato da MTV Brasil estar em sinal aberto (uma das duas MTVs do mundo em TV aberta, a outra é a MTV Itália, joint-venture entre a Viacom e a Telecom Italia) que atrapalhe um pouco as coisas (principalmente com o horário reality shows e de Skins US – que tem classificação 16 anos). mas talvez a imagem da MTV Brasil como “canal indie” também tenha sua parte.

vamos dar os parabéns pra matriz e dizer “MTV Brasil, aprenda” ou “Abril, aprenda” ou mesmo “Viacom, aprenda, compre a propriedade intelectual da MTV Brasil e relance ela no cabo”.

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