entendendo as “upfronts” e as novidades na TV, daqui e de lá – e as minhas indicações pessoais


acaba de terminar a temporada de “upfronts” da TV aberta americana
, com as novas séries, os cancelamentos, as renovações e eventuais novos horários.
mas o que são as “upfronts”?

as “upfronts”, como seu nome sugere (upfront = “com antecedência”), são apresentações onde as redes de TV apresentam, de forma adiantada, suas grades de programação para o outono local – primavera no Hemisfério Sul – e além para o mercado publicitário, e os anunciantes interessados já vão pensando nos intervalos de onde colocar seus comerciais. alguns, inclusive, já fecham os primeiros contratos lá mesmo.

e como são os lançamentos de novos programas na TV brasileira? praticamente na véspera da estreia. uma, duas semanas, um mês no máximo. acredito que elas façam isso para evitar o risco de uma eventual “arma secreta” da concorrência (se essa concorrência não for a Globo, obviamente) atrapalhar tudo no dia da estreia. mas acredito que isso não dê tempo o suficiente pros anunciantes planejarem seu investimento publicitário (a menos que você seja a Globo, que pode até ditar as regras do mercado – nada da agência assinar o filme (ouviu, WMcCann?), nada de colocar o logo do seu dono (essa é pra você, Terra) e nada, absolutamente nada de mencionar o Facebook, o orkut e/ou o Twitter, e a própria Globo diz “siga @rede_globo” nos seus anúncios impressos, mas nada de mencionar o Twitter, se fizer uma dessas coisas ou mais, vai abrindo a carteira).

todas as TVs recebem e/ou produzem pilotos (episódios de teste de cada programa). alguns são aprovados. muitos são rejeitados. e, aqui no Brasil, alguns deles viram especial de fim de ano na Globo para depois, se derem certo, virarem uma série que vai passar depois da novela das oito nove ou do Fantástico. pelo menos aí os anunciantes têm uma chance pra pensar se anunciam ou não nesse programa. se ele sobreviver, obviamente.

enfim, o modelo de anunciar suas grades para o futuro próximo é um modelo que as TVs daqui poderiam experimentar, adaptando ao modelo delas, claro. mesmo porque nem sempre os programas duram. tanto lá quanto aqui (sabe a Aline, que foi cancelada antes da temporada acabar?).

agora, vamos às minhas indicações pras novidades (ou não) da TV americana no outono de lá (primavera daqui), o que ver e o que gravar no TiVo (ou qualquer outro gravador digital). se eu estivesse nos EUA, obviamente.

domingo: 7:30pm/6:30c – ver The Cleveland Show (FOX lá, FX aqui)
8pm/7c – ver Os Simpsons (FOX lá e aqui) / ou ver o Sunday Night Football (NBC lá, ESPN aqui) e gravar Os Simpsons
9pm/8c – ver Uma Família da Pesada (FOX lá, FX aqui) / ou ver o jogo e gravar o desenho
9:30pm/8c – ver American Dad! (FOX lá, FX aqui) / ou ver o jogo e gravar o desenho

segunda: 8pm/7c – ver Gossip Girl (CW lá, Glitz* aqui), gravar 2 Broke Girls (às 8:30pm/7:30c na CBS lá, ainda sem canal aqui) / ou ver Terra Nova (FOX lá, ainda sem canal aqui) e gravar GG e/ou 2 Broke Girls.
9pm/8c – ver House (FOX lá, Universal Channel aqui)

terça: 8pm/7c – ver Glee (FOX lá e aqui)
9pm/8c – ver Ringer (CW lá, ainda sem canal aqui), gravar New Girl (nome de trabalho, FOX lá, ainda sem canal aqui)

quarta: 8pm/7c – ver The X Factor (FOX lá, ainda sem canal aqui), mais por curiosidade, pra ver se é melhor do que a franquia Idol ou não
9pm/8c – ver Modern Family (ABC lá, FOX aqui)

quinta: 8pm/7c – ver The Big Bang Theory (CBS lá, Warner aqui), gravar Community (NBC lá, Canal Sony aqui). ou vice-versa.

sexta: 8pm/7c – ver Chuck (NBC lá, Warner aqui)
9pm/8c – ver Fringe (FOX lá, Warner aqui)

(minhas indicações estão sujeitas a alteração, seja por causa da minha preferência ou eventual mudança nas grades das TVs. quanto aos horários, a primeira hora é pros fusos horários do leste – NY, Miami, Boston – e Pacífico – LA, São Francisco, Seattle – e a segunda é pros fusos do centro – Chicago, Dallas, Nova Orleans – e montanha – Denver, Phoenix, Salt Lake City)

o nunca-empregado de 24 anos


eu tenho 24 anos e, acredite, ainda não consegui o meu primeiro emprego. por opção? obviamente que não. sim, estou atrás de uma vaga em publicidade (até porque eu fiz faculdade de publicidade, dããã). sei que não é fácil. mas tenho (pouca, mas tenho) esperança de que vou entrar. não tô atrás de vaga de diretor ou de CEO não, quero entrar de assistente mesmo (até porque, como terminei a faculdade faz 2 anos, não dá mais pra entrar de estagiário – mas, por outro lado, já cumpri minha cota de “tia do café” enquanto estava na agência da minha faculdade, e sem receber).

acontece que, muitos portfólios enviados e algumas entrevistas conquistadas depois, até agora não consegui nada e minha autoestima tá lá embaixo. e nem uma playlist de 72 horas composta apenas por “Beautiful” e “Firework” (sim, só essas duas músicas por 72 horas) vai conseguir me levantar.

“mas não é fazer tempestade num copo d’água?”, você me pergunta. e eu respondo “talvez”. imagina que você esteja atrás de um emprego. não um emprego onde você trabalhe só pelo dinheiro e foda-se o resto. mas um emprego que você de fato queira ficar pelo resto da sua vida (ou pelo menos por uns dois ou três anos).

claro, ter quem te indique é importante. mas… alguma das quatro pessoas que leem este blog trabalha em agência? e você que trabalha em agência (e me conhece, obviamente), me indicaria para o cargo que for, ou acha que isso iria custar a sua vaga (supondo que você seja um assistente)?
claro, também poderia mandar meu portfólio pras agências. e o que você acha que estou fazendo agora? jogando Angry Birds? sim. mas também estou mandando meu portfólio pras agências. o difícil é conseguir resposta delas. e dá pra contar nos dedos as entrevistas que já consegui desde a faculdade. eu escolho muito? sim, escolho, mas é porque não acho fazer panfletos de pizzaria (daqueles que você encontra em qualquer portão) uma grande contribuição para o meu desenvolvimento profissional (isso, qualquer filho de dono de pizzaria que “sabe mexer no Corel” faz, e eles preferem assim mesmo).

poderia até tentar vaga em outro lugar, como temporário de fim de ano numa livraria. aliás, foi o que eu fiz. e não consegui. talvez por causa da concorrência com aqueles que fizeram faculdade de biblioteconomia (e eu nem sabia que esse curso realmente existia). pra mim, nesse momento, qualquer vaga numa área que não seja a de publicidade ou a de conteúdo teria que ser mais um quebra-galho do que algo de longo prazo. ou você espera que eu só consiga entrar numa agência quando já tiver dinheiro o suficiente para comprá-la… e quando o governo federal se tornar o único anunciante do país (sim, é um cenário bastante apocalíptico, mas não é impossível de acontecer)?

será que o meu portfólio não é bom o suficiente? eu não sei. será que estou num tipo de “lista negra” das agências? também não sei. nem sei se esse tipo de lista existe. será que existe hoje em dia uma necessidade de coisas cada vez mais impossíveis no currículo só pra passar pela peneira do RH? não faço ideia. será que só entra em agência quem tem contato? espero que não.

#prontofalei

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