o nunca-empregado de 24 anos


eu tenho 24 anos e, acredite, ainda não consegui o meu primeiro emprego. por opção? obviamente que não. sim, estou atrás de uma vaga em publicidade (até porque eu fiz faculdade de publicidade, dããã). sei que não é fácil. mas tenho (pouca, mas tenho) esperança de que vou entrar. não tô atrás de vaga de diretor ou de CEO não, quero entrar de assistente mesmo (até porque, como terminei a faculdade faz 2 anos, não dá mais pra entrar de estagiário – mas, por outro lado, já cumpri minha cota de “tia do café” enquanto estava na agência da minha faculdade, e sem receber).

acontece que, muitos portfólios enviados e algumas entrevistas conquistadas depois, até agora não consegui nada e minha autoestima tá lá embaixo. e nem uma playlist de 72 horas composta apenas por “Beautiful” e “Firework” (sim, só essas duas músicas por 72 horas) vai conseguir me levantar.

“mas não é fazer tempestade num copo d’água?”, você me pergunta. e eu respondo “talvez”. imagina que você esteja atrás de um emprego. não um emprego onde você trabalhe só pelo dinheiro e foda-se o resto. mas um emprego que você de fato queira ficar pelo resto da sua vida (ou pelo menos por uns dois ou três anos).

claro, ter quem te indique é importante. mas… alguma das quatro pessoas que leem este blog trabalha em agência? e você que trabalha em agência (e me conhece, obviamente), me indicaria para o cargo que for, ou acha que isso iria custar a sua vaga (supondo que você seja um assistente)?
claro, também poderia mandar meu portfólio pras agências. e o que você acha que estou fazendo agora? jogando Angry Birds? sim. mas também estou mandando meu portfólio pras agências. o difícil é conseguir resposta delas. e dá pra contar nos dedos as entrevistas que já consegui desde a faculdade. eu escolho muito? sim, escolho, mas é porque não acho fazer panfletos de pizzaria (daqueles que você encontra em qualquer portão) uma grande contribuição para o meu desenvolvimento profissional (isso, qualquer filho de dono de pizzaria que “sabe mexer no Corel” faz, e eles preferem assim mesmo).

poderia até tentar vaga em outro lugar, como temporário de fim de ano numa livraria. aliás, foi o que eu fiz. e não consegui. talvez por causa da concorrência com aqueles que fizeram faculdade de biblioteconomia (e eu nem sabia que esse curso realmente existia). pra mim, nesse momento, qualquer vaga numa área que não seja a de publicidade ou a de conteúdo teria que ser mais um quebra-galho do que algo de longo prazo. ou você espera que eu só consiga entrar numa agência quando já tiver dinheiro o suficiente para comprá-la… e quando o governo federal se tornar o único anunciante do país (sim, é um cenário bastante apocalíptico, mas não é impossível de acontecer)?

será que o meu portfólio não é bom o suficiente? eu não sei. será que estou num tipo de “lista negra” das agências? também não sei. nem sei se esse tipo de lista existe. será que existe hoje em dia uma necessidade de coisas cada vez mais impossíveis no currículo só pra passar pela peneira do RH? não faço ideia. será que só entra em agência quem tem contato? espero que não.

#prontofalei

0 Response to "o nunca-empregado de 24 anos"

powered by Blogger | WordPress by Newwpthemes | Converted by BloggerTheme